Provérbio Chinês

Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.

Japão - História



As ilhas japonesas eram habitadas já no séc. XII a.C. e os primeiros elementos históricos correspondem à expansão japonesa na Coreia ( séc. I a.C. - IV a.C.). O imperador japonês considerado descendente da Deusa do sol, Amaterasu, era mais uma divindade do que chefe de Estado. Não existindo leis sucessórias, o poder era exercido pela família cujo exército privado se conseguisse impor aos restantes. A primeira a salientar-se foi a família Soga(587-647). No séc. V foi introduzida no Japão a escrita chinesa. As escrituras budistas chegaram ao país em 552. Iname, ministro soga, tentou suprimir o poder político dos sacerdotes com a difusão do budismo, o que desencadeou luta de cinco anos entre os partidários do budismo e os que tentavam manter a religião nativa, hoje designada de xintoísmo. O primeiro imperador da família Fujiwara (657-1068) transformou o Japão em Estado burocrático. Em 710, foi estabelecida a nova capital em Nara. Em 794, Quioto converteu-se em sede do governo e durante estes anos, até 1192, deu-se a fusão do budismo com o xintoísmo. Depoisprolongadas lutas entre exércitos privados e os do governo central, a família Minamoto conseguiub a supremacia em 1185. Detentor do poder supremo, tanto militar como civil, Yoritomo Minamoto transferiu a capital para Kaamkura. No séc. XIII o clã Hojô conquistou o poder e repeliu duas invasões mongóis (1274-1281). Em 1338 Takauji Ashikaga assumiu o poder como primeiro xógum da família dos Ashikaga. A capital foi de novo transferida para Quioto até 1573. O grande desenvolvimento económico e cultural que se verificou veio a coincidir com o inicio da guerra ( 1467) e a divisão do Japão em várias regiões independentes governadas por um dáimio. Em meados do séc. XVI os portugueses os primeiros europeus a chegar ao Japão introduziram o uso das armas de fogo. Em 1549, com São Francisco Xavier, vieram os missionários católicos, e apartir de 1556, o catolicismo conheceu expansão notável. Em 1573 Nobunaga Oda derrubou o xógun Ashikaga e empreendeu a únificação do país, concluída por Ideyoshi Toiotomi, em 1582. O seu sucessor Ieisu Tagugava venceu os rebeldes dáimios. O governador da família Takugava (1603-1868) transformou o Japão em estado isolado do resto do mundo. Apesar de muito difundido, o catolicismo foi então práticamente extinto devido ao aniquilamento dos missionários. O receio da penetração estrangeira fez com que só fosse autorizado o comércio com Holandeses e Chineses. O periodo de paz durou mais de 200 anos, durante os quais se desenvolveu regiado aparelho administrativo, e ao mesmo tempo que os samurais empobreciam, os comerciantes enriqueciam e os camponeses submetidos a pesados impostos revoltavam-se. Em meados do séc. XIX a cultura europeia começou a infiltrar-se no Japão. Em 1853 o almirante americano M. G. Perry fez graves ameaças caso fosse recusada a abertura dos portos a barcos estrangeiros. Era o fim da época feudal e a recuperação do poder imperial. Demetido o chógum em 1868, o imperador assumio o poder e baptizou o seu reinado com o nome Meiji (era das luzes, 1868-1912). A corte transferiu-se para Tóquio e um decreto imperial deu conta do programa para a nova era com que se desejava equiparar o país ao Ocidente. Criou-se um sistema ferroviário, o serviço de correios e telecomunicações, o exército e o sistema educativo, etc.
A nova Constituição (1889) tornava o Japão em monarquia constitucional. Em 1871, os japoneses iniciaram uma nova politica externa, com um tratado comercial com a China. A tentativa de apossar-se da Coreia levou à Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), que terminou com a paz de Shimonoseki, a qual obrigava a China a renunciar aos seus direitos sobre a Coreia e a ceder Taiwan e as ilhas dos Pescadores. Em 1902, o Japão efectuou um pacto com a Inglaterra, e em 1905 derrotou os Russos em Port Arthur. Em 1915, o Japão apresentou à China 21 reivindicações, pretendendo estabelecer a sua influência sobre aquele país. Contudo, o Acordo de Washington (1921-1922) estabeleceu efectiva inferioridade naval do Japão em relação à Grã-Bretanha e aos EUA. Em princípios dos anos 30, o Japão retomou a antiga politica imperial contra a China; ocupou a Manchúria e envolveu-se noutra guerra com aquele país.
No começo da II Guerra Mundial efectuou, com a Alemanha e a Itália, a expansão sobre o Sudeste asiático. De surpresa, em 7 de Dezembro de 1941, os Japoneses bombardearam Pearl Harbour (EUA) e entraram na guerra, ao lado do Eixo. Em 1942, todo o Sudeste asiático se encontrava em seu poder. A dispersão das forças armadas e a destruição da sua frota na batalha de Midway fizeram com que o Japão fosse perdendo as ilhas do Pacífico. Apesar da derrota da Alemanha, o Japãodecidiu continuar a luta, mas foi entretanto abalado pelas bombas atómicas americanas de Hiroshima e Nagasáki (Agosto de 1945), sendo obrigado a render-se incondicionalmente. Embora mantendo a instituição imperial, o governo militar do general Mac Arthur (EUA) desmantelou e modificou a administração e a constituição, renunciando o Japão ao direito de fazer a guerra e o imperador à sua condiçãp de divinidade. Após sete anos de ocupação, o país retomou a soberania plena, em 1952. Entre 1968 e 1972, os EUA devolveram diversas ilhas, mas mantiveram bases militares Okinawa. O desenvolvimento industrial e tecnologico, aliado à politica de contenção das importações, tornou o país numa das maiores potências económicas do mundo. O imperador Hiroíto morreu em 1989, sucedendo-lhe o filho Akikhito. O Partido Liberal Democrata (PLD), detentor do poder desde 1955, foi abaldo por uma série de escandalos político-financeiros que levaram o primeiro-ministro Noburu Takeshita a resignar em 1989. Embora vencedor, o PLD perdeu a maioria nas eleições de 1993, o que levou à queda de sucessivos governos até que, em Junho de 1994, foi empossado primeiro-ministro Tomiichi Murayama, o primeiro socialista a ocupar o cargo desde 1948. Entre o país e a Rússia mantém-se um diferendo respeitante ao arquipelago das Curilhas, que a URSS anexou em 1945. Entretanto sobre a presença portuguesa no Japão, há que recuar até 1543, altura em que terão chegado a Tanegashima os Navegadores António Mota, António Peixoto e Francisco Zeimoto. Durande séculos manteve-se um comércio activo com mercadores japoneses (troca de seda chinesa por prata japonesa) e intercâmbio cultural, ao mesmo tempo que os missionários difundiam a fé católica. Foi sobretudo a rivalidade do Holandeses e Ingleses que levou à atitude hostil dos japoneses para com os missionários e os portugueses. À perseguição seguiu-se a expulsão dos missionários, 1614. Tendo passado à clandestinidade, foram mortos em grande número. Em 1639 os mercadores portuguêses foram expulsos. A missionação só foi reatada no último quartel do séc. XIX. A cultura europeia chegou ao Japão sobretudo através dos missionários protegidos por portuguêses. Foram eles que ali introduziram a imprensa de tipos metálicos, a medicina, a cirurgia, os hospitais, as leprosarias, conhecimentos de matemática e de astronomia. Foram também os portugueses quem deu a conhecer ao Japão as armas de fogo, a arte de navegar e a técnica da pintura mural e a óleo.